27 julho 2009

Que boas recordações

Todos nós temos, quase com toda a certeza, um álbum de fotos muito bonito que os pais primorosamente adornavam com todas aqueles ditas "figuras tristes" que fazíamos. Pois é... Hoje diverti-me a ler as notas introdutórias do meu álbum de bebé, mas eis que chego a uma parte desses maravilhosos escritos, que os papás babados insistiam em fazer, e qual não foi o meu espanto ao ler exactamente isto: "comida preferida: toda, incluindo a dos outros!". É "complicado" perceber como é que uma simples criança de dois míseros anos de idade come um peixe de dois kg, que ainda para mais não estava sequer pensado para ser o seu jantar!!! Bem, acho que eu não era o boneco da michelin, mas com o "apetite" que tinha, não devia faltar muito... :-D

24 julho 2009

Ad eternum


Sou da opinião que cada idade tem seus comportamentos e pensamentos típicos... Poderia dissertar sobre cada faixa etária e, por isso, referir e reflectir sobre todos os aspectos que preocupam ou relevam para cada ser humano que se encaixe nas ditas faixas etárias... Mas por experiência própria apenas estou em posição de comentar as inquietudes da juventude.

Mas a juventude será o quê? Não sei e parece-me mais importante e relevante vivê-la do que entendê-la. Viver um turbilhão de sentimentos e emoções que nos confundem o cérebro e o coração, a sede de liberdade, de experiência, de novidade... O estádio em que se cometem as maiores "tolices" e em que só se valoriza a vontade e não tanto a racionalidade, os tempos em que se quer tudo e ao mesmo tempo não se quer nada, a instabilidade da indecisão e da vontade de ter, experimentar e viver tudo, o "medo" de perder uma emoção forte e a época em que só o presente influencia, o passado lá foi e para o futuro há tempo. Quando se é jovem é-se reaccionário, "dono" do mundo e da razão, idealista, a nossa palavra e as nossas ideias valem tudo e as certezas são absolutas, queremos experiências novas e viver tudo de uma só vez, não perder nada à custa da convicção de que a juventude não é eterna e tem que ser bem aproveitada. Sonha-se com um mundo histericamente perfeito e com o prolongamento eterno dessa condição abafadora que é a juventude. Juventude é movimento, vida, emoção, gragalhadas estremecedoras, gritos ensurdecedores, suspiros vindos directamente do coração... Temos opiniões e conceitos muito próprios e formas de ser/estar bastante peculiares. Quem me dera ser sempre e pra sempre jovem...


"Nos olhos do jovem arde a chama, nos olhos do velho brilha a luz."(Victor Hugo)
ou
"De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar." (Platão)

22 julho 2009

Voltemos à meninice

Que saudades dos tempos em que nos sentíamos realizados com o facto de sermos nós mesmos, dos tempos em que tudo era fácil e dos tempos em que correspondíamos ás exigências e expectativas dos outros só por existirmos. O gorar esperanças e desejos dos outros também nos deixa uma pegada no coração. Não poderia ser tudo mais fácil? Não deveriam o esforço, a dedicação e o sentimento ser suficientes?

A desilusão dos mais queridos também nos afecta, a desilusão deles para connosco ainda mais...

Não seria mais simples a regressão até aos tempos em que fazíamos bonecos de plasticina e inevitavelmente nos sujávamos a comer? Embora com todas as suas implicações e consequências, era mais fácil ser, numa fase de sentimentos puros, de actos involuntárioas, de frases saídas do coração, de olhares descoordenados, numa fase de inocência e de realização pessoal (e de realização dos outros em relação a nós) mais acessível.

O medo da desilusão tem assolado muitos dias, dias a mais...

14 julho 2009

O equilíbrio, será?


"Mas, se me cativares, teremos necessidade um do outro. Para mim serás único no mundo. E eu serei para ti única no mundo..." (Antoine de Saint-Exupéry)


Que necessidade de um sorriso de ternura e de um constante e eterno "gosto muito de ti", independentemente de ser um sentimento de amizade, de amor, só um sentimento. Nem sempre viver é fácil, ou, como diria uma pessoa "do coração", nem sempre "saber viver" é fácil. A infindável sede de mais, maior e melhor... A constante procura da plena satisfação e o desejo de inexistência de imperfeição... A inevitável criação de utopias e o esforço para a realização de sonhos...

11 julho 2009

Santa Irmandade...

Ouvi da tua boca coisas que não dizias há muito tempo, bem acho que não me lembro, de todo, de alguma vez teres dito algo do género. Sabia que era importante para ti, mas não sabia que te fazia falta até nas situações mais básicas. São 17 anos de convivência com muitas zangas nas entrelinhas, com muitas discussões que nos levam ao mais alto estado de nervos, mas com muitos momentos de companheirismo, muitas maluquices e muitos disparates saídos da boca para fora, muitas gargalhadas e muitas respostas "tortas".


As lembranças ficam, algumas más, mas outras boas... A bota que voa e parte o vidro de uma moldura, o nariz constantemente arranhado, os dentes literalmente pendurados por um fio, as botas sempre esmurradas à frente, a cabeça rachada, alguns estalos à mistura, o desespero de se ser irmã mais velha e não ter sossego, a "joaninha" com que tantas vezes descemos a rampa de paralelos (e que deixou tantas mazelas em mim como em ti), as minhas bonecas sempre de cabeça arrancada (entretanto colavam-se e eu tinha que brincar com as desgraçadas na mesma, ainda que não gostasse delas), os meus peluches que insistias em arrancar os olhos, aquela bicicleta roxa em que eu mal podia tocar (graças aos teus devaneios e ataques de inveja), os jogos de computador que eram sempre disputados com alguns puxões de cabelos, os teus nervos, as queimaduras na barriga e nas costas graças à maravilhosa queda de bicicleta, o "acidente" de kart, as correrias pelo corredor de casa que acabavam sempre com um pontapé no traseiro e com a pergunta maravilhosa "o que é que se passa?!?!?!", todas aquelas vezes que levávamos com a colher de pau nas mãos e todas as outras em que só podíamos entrar em casa quando fôssemos "amigos", e entretanto passávamos um quarto de hora encostados ao portão de casa, a regelar. A ideia, bastante descabida diga-se, de brincar aos sustos, a tua típica frase "oh mãe, olha ela, a armar-se em mulher!!!", os teus "desejos" de massa à lavrador, e todas aquela tiradas de generosidade em demasia que algumas vezes se dispensavam.


Deixaste de ser "o Kiko", passaste a ser "o Puto", porque apesar de mais novo passaste-me em altura (o que não é difícil) e toda a gente acha que és meis velho do que eu. Não é já notória aquela diferença de idades que eu e toda a gente considerava abismal. Cresceste em idade, em altura e esperemos que em mentalidade, "Puto". Mas vais ser sempre o chato do irmão mais novo que não deixa fazer nada e só atrapalha. Ah, e gostei de ouvir "para onde vai a Pepa?".

04 julho 2009

"Who will dance on the floor in the round"

Enquanto pessoa considero que era uma aberração. Todas aquelas operações plásticas que insistia em desmentir, o suposto abuso de menores...
Enquanto cantor e bailarino...era genial. O eterno "We are the world", música cuja letra nem todos sabem, mas cuja melodia todos conhecem, o tema "Billie Jean" que me habituei a ouvir no jogo GTA, "Thriller", "Earth Song" e tantas outras que são eternas...
Não era fã, é certo, mas a sua genialidade era muito superior a qualquer tipo de admiração.
Para mim, a melhor música de Michael Jackson é, sem sombra de dúvidas, "We are the world".