04 junho 2009

Dalla pace del mare lontano

Não é com saudosismo, nem com um sorriso, não me lembro, ninguém me disse nada, não jantei em lado nenhum nem vi ninguém, não pedi nada, nem mostrei lugar nenhum a pessoa alguma, não tive frio ou qualquer outra sensação, simplesmente nada, qual corpo amorfo e sem sentimentos ou sensações, coberto da chamada apatia. Não me sentei, nem ninguém se sentou, não sorri e estive sempre sozinha. Nem tão pouco passei por quem quer que fosse, não andei a vaguear pelas ruas, nem a olhar para todos os lados e mais alguns à espera de rigorosa e absolutamente nada. Ninguém me olhou, mas eu também não fiz esforço para olhar ninguém, nem mesmo olhar nos olhos, talvez nem quisesse ou queira... Já rasguei e atirei, para algum lugar, os pedaços de papel. Não sei para onde foram, mas quem quiser que os apanhe.
Mas... Então? Há aqui uma contradição. Há. Apesar de tudo isso vou estar constantemente a procurar, não sei se lhe posso chamar refúgio, mas um sítio onde me possa sentar e pensar/sentir que estou contente (pra mim a felicidade é uma palavra perigosa).
O que pra mim são valores impagáveis? Os meus verdadeiros amigos, aqueles com quem tantos planos futuros (alguns de futuro próximo e outros não) tenho. A minha liberdade, a minha realização pessoal - que pode não abarcar os ditos "desejos da maioria das pessoas". Quero ser jovem e fazer tudo aquilo que se faz na minha idade, todas aquelas coisas que, quando envelhecemos nos deixam saudades e nos fazem "olhar p'ra trás" com uma lágrima no canto do olho. Ser responsável e irresponsável, ter todas aquelas certezas absolutas que se têm quando pouco se sabe "da vida", achar que sou imortal e que posso tudo, que sei tudo, e que só não vou à lua porque não quero (voando muito provavelmente), achar que ninguém é melhor que nós no cômputo geral, todas aqueles pensamentos-tipo das pessoas da minha idade.
Já rasguei e atirei, para algum lugar, os pedaços de papel. Não sei para onde foram, mas quem quiser que os apanhe.

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